Como a China usa ONGs para abafar críticas nas organizações da ONU em Genebra
Organizações apoiadas pela China infiltram-se nas Nações Unidas para deslegitimar denúncias de violações de direitos humanos. Investigação revela que muitas delas atuam como extensões do governo chinês, ameaçando ativistas e subvertendo o trabalho do Conselho de Direitos Humanos.
Investigação Revela Vínculos de ONGs Chinesas com o Governo
Centenas de organizações de direitos humanos se reúnem anualmente em Genebra para denunciar abusos. Contudo, uma investigação do The Washington Post e do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) descobriu que diversas ONGs supostamente independentes têm laços ocultos com o governo chinês.
Esses grupos atuam no Conselho de Direitos Humanos da ONU, promovendo uma narrativa positiva sobre a China, contrária a relatos de repressão, especialmente contra uigures em Xinjiang e dissidentes em Hong Kong. Delegados de ONGs ligadas à China tentam silenciar testemunhos de organizações legítimas e intimidar ativistas.
Ex-diplomatas dos EUA alertam que essa situação subverte a missão central de direitos humanos da ONU, classificando-a como corrosiva e desonesta. A análise revelou que quase 60 ONGs registradas na China funcionam como extensões do Partido Comunista Chinês (PCC).
A ONU afirmou que busca responder às denúncias de abuso, mas não revogou credenciamentos de ONGs supostamente subservientes ao governo chinês, que ocupa um papel influente no órgão. As autoridades da ONU alegaram dificuldades em distinguir entre ONGs autênticas e não autênticas.
Enquanto isso, a China intensificou seus esforços em Genebra para contrabalançar críticas a seu histórico de direitos humanos, promovendo um discurso favorável e utilizando suas ONGs para desacreditar adversários. Em eventos da ONU, grupos apoiados pela China frequentemente monitoram e assediam representantes de ONGs que apontam violações.
O governo chinês se opõe à politicização dos direitos humanos por países ocidentais, ressaltando uma abordagem centrada nas pessoas. No entanto, especialistas afirmam que a crescente presença de ONGs chinesas em Genebra reflete uma estratégia de controle e intimidação sobre vozes dissidentes.
A campanha chinesa se intensificou após relatórios críticos da ONU sobre o tratamento de minoria, evidenciando a necessidade de vigilância e resistência das ONGs legítimas nas instâncias da ONU.
Resumo das Descobertas:
- ONGs ligadas à China distorcem narrativas de direitos humanos.
- Pelo menos 59 ONGs violam regras da ONU, sendo extensões do governo.
- Ativistas enfrentam monitoramento e intimidação em Genebra.
- ONU enfrenta dificuldade em revogar credenciais de ONGs chinesas.
- Campanha de Pequim busca desacreditar vozes dissidentes em fóruns internacionais.