Como a China fez para controlar as ‘terras raras’, um dos focos da retaliação ao tarifaço de Trump

Em 2010, a China implementou um embargo às exportações de metais de terras raras, causando alarme no Japão e afetando a cadeia de suprimentos global. O embargo, motivado por uma disputa territorial, durou sete semanas, mas resultou em a China consolidar o controle de sua riqueza mineral, eliminando corrupção e contrabando.

Japão e EUA, principais consumidores, elaboraram planos para reduzir a dependência da China. Enquanto Tóquio teve sucesso em diversificar suas fontes, os EUA continuam altamente dependentes da China para o processamento desses metais.

A China também suspendeu exportações de ímanes feitos de terras raras, essenciais para diversos setores, como o automotivo e aeronáutico. Apesar de esforços americanos, a dependência dos suprimentos chineses se manteve ao longo de várias administrações.

A China agora controla 90% da produção de ímãs no mundo e investiu na consolidação de sua cadeia de suprimentos, inclusive no desenvolvimento de fábricas em Ganzhou. Xi Jinping enfatizou a importância de manter a dominância da China nas cadeias de suprimentos globais.

Nos EUA, a mineração e produção de ímãs de terras raras enfrentaram desafios significativos, com a última mina ativa em Mountain Pass, Califórnia. Apesar da revitalização planejada, a produção será modesta comparada à da China.

A regulamentação ambiental e as dificuldades em abrir novas minas nos EUA têm limitado o avanço, enquanto as minas chinesas operam sob menos restrições. Especialistas afirmam que a falta de investimento no setor de terras raras nos EUA reflete o risco percebido em competir com preços baixos da indústria chinesa.