Com tarifaço, Trump 'restaura sorte' de Lula, não de Bolsonaro, diz Financial Times
Analista do "Financial Times" aponta que tarifas americanas de 50% sobre importações brasileiras reforçam a posição de Lula em meio à criticada relação de Trump com autocracias. Ele destaca ainda o impacto negativo nas exportações brasileiras e os paralelos entre os líderes da extrema-direita.
Edward Luce, editor do Financial Times, analisa a situação política e econômica do Brasil em artigo recente.
Ele observa que a sorte do presidente Lula foi restaurada após as tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump.
A guerra comercial impactou positivamente a popularidade de líderes como o primeiro-ministro canadense Mark Carney e o australiano Anthony Albanese.
No Brasil, as tarifas foram atribuídas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Luce se refere como “ditador”.
Luce critica o apoio de Trump a Bolsonaro, ressaltando preocupações sobre sua relação com autocracias.
Ele menciona que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, negou o visto ao ministro da Suprema Corte brasileira, Alexandre de Moraes.
O editor descreve o “golpe fracassado de Bolsonaro” como um paralelo à reversão democrática de Trump após sua derrota para Joe Biden.
Economicamente, Luce critica a lógica de Trump ao penalizar o Brasil, destacando que os EUA possuem um superávit comercial com o país. Ele aponta que pecuaristas e exportadores de café, redutos de Bolsonaro, serão os mais afetados.
Luce compara a situação do Brasil à da Turquia, que também foi penalizada, mesmo com superávit comercial, destacando a relação de Trump com Recep Tayyip Erdoğan.
Por fim, ele afirma que “Trump está no negócio da promoção da autocracia”, gerando alarme nas democracias parceiras.