Com tarifaço, Santander já vê teto para a Selic
Banco Central pode elevar a Selic a 15,25% e iniciar cortes em dezembro, segundo economista-chefe do Santander. Apesar das pressões fiscais, a expectativa é de que a inflação converja para a meta de 3% até 2027.
NOVA YORK – O Banco Central deve elevar a Selic para no máximo 15,25% nas próximas duas reuniões, segundo Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander Brasil.
Ela aponta que o aumento pode ser menor dependendo do impacto da guerra tarifária na economia. “Se houver um choque de oferta, o BC vai precisar esperar para ver,” afirmou Vescovi ao Brazil Journal.
A ex-secretária do Tesouro no Governo Temer acredita que o BC pode começar a cortar a taxa a partir de dezembro. Apesar da pressão fiscal, espera que o juro real faça a inflação convergir para cerca de 3% até 2027.
Vescovi lembrou que, desde a pandemia, o Brasil teve um ciclo de expansão do PIB entre 3% e 3,5%, impulsionado por fatores conjunturais e reformas.
Para este ano, a previsão é de uma expansão menor, em torno de 2%, devido à alta dos juros.
Ela destacou que uma série de estímulos fiscais deve manter a demanda aquecida e a inflação pressionada. “O importante é que o BC tem mostrado independência no combate à inflação.”
O desafio atual, segundo Vescovi, é realizar um ajuste fiscal e reduzir o custo de capital. “Esse é um desafio estrutural. Há uma década sabemos da necessidade de um ajuste fiscal sério, e o País está ganhando consciência de sua importância.”