Com Selic a 14,75%, juro de títulos emitidos por empresas sobe R$ 30 bi neste ano
Ciclo de alta da Selic pressiona R$ 1,138 trilhão em dívidas de 1.100 empresas brasileiras, aumentando custos e reestruturações. Estudo aponta que 40% das companhias listadas na B3 não têm geração de caixa suficiente para cobrir despesas com juros.
Impacto do Ciclo de Alta da Selic nas Empresas
O atual ciclo de alta da taxa de juro brasileira afetará significativamente os R$ 1,138 trilhões em títulos de dívida no mercado de capitais, incluindo debêntures, CRA e CRI.
Em 2023, a Selic a 14,75% gerará um aumento de R$ 30 bilhões no custo de 1.100 empresas que acessaram o crédito privado. Em 2026, esse custo pode subir para R$ 37 bilhões, segundo a Alvarez & Marsal.
A busca por soluções para a eficiência operacional e refinanciamento de dívidas cresceu nos últimos meses, já que muitas empresas não estavam preparadas para a alta dos juros, provenientes da Covid-19.
Desafios Financeiros
- Desde 2020, as empresas enfrentam rentabilidade apertada e aumento de endividamento.
- Quarenta por cento das 238 empresas listadas na B3 não conseguem cobrir suas despesas com juros.
- Mais de 62% dessas empresas têm dificuldades em refinanciar suas dívidas.
A situação levará as empresas a negociar com credores e buscar mudanças em suas estruturas de capital.
Condições de Mercado
O ambiente de mercado de capitais está restrito, evidenciado pela baixa atratividade para novos entrantes e pela falta de interesse em ofertas subsequentes. A alta Selic desestimula investimentos em papéis arriscados.
Alavancagem e Reestruturação
O índice de alavancagem (dívida sobre Ebtida) que antes era considerado aceitável agora compromete até 60% do resultado operacional, aumentando o risco de reestruturação nas empresas.
Quatorze das 42 maiores empresas da B3 não conseguem pagar juros, incluindo blue chips. A discussão sobre estrutura de capital se torna urgente.
O foco atual deve ser na rapidez da queda da Selic, pois as empresas buscam soluções em um ambiente incerto.