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Com risco fiscal, títulos americanos de longo prazo ficam mais rentáveis

Títulos de longo prazo dos EUA atingem rentabilidade histórica com expectativa de aumento da dívida devido a projeto fiscal de Trump. Investidores buscam retornos maiores em meio a incertezas sobre a trajetória fiscal do país.

Títulos americanos de longo prazo têm se tornado mais rentáveis devido ao projeto de lei fiscal do presidente Donald Trump, que pode aumentar significativamente a dívida dos EUA.

O Escritório de Orçamento do Congresso estima que o projeto tributário adicionará US$ 2,4 trilhões à dívida americana até 2034.

Na véspera da aprovação, o título do Tesouro de 30 anos alcançou 5,08%, a maior taxa desde 2023. O título de 10 anos chegou a 4,58%.

A proposta, aprovada na Câmara com 215 a 214 votos, busca reduzir impostos e direcionar recursos para as Forças Armadas, compensando com cortes em programas sociais.

Desde a aprovação, títulos de 10 e 30 anos apresentaram rentabilidades médias de 4,4% e 4,96%, respectivamente.

Analistas afirmam que a rentabilidade está ligada à projeção da dívida americana. José Maria da Silva, da Avenue, destaca que títulos de longo prazo refletem o risco fiscal.

Rodrigo Sgavioli, da XP, menciona que o aumento da dívida gera desconfiança nos investidores, exigindo maior rentabilidade.

A rentabilidade é inversamente proporcional aos preços: menos investimento nos títulos resulta em maiores retornos.

O projeto também causou tensões entre Trump e Elon Musk, que criticou a proposta.

Para títulos de curto prazo, a rentabilidade é influenciada por expectativas de cortes de juros e dados econômicos, com taxa de um ano variando entre 4,08% e 4,12%.

O Federal Reserve mantém a taxa de juros entre 4,25% e 4,50% e projeta cortes em setembro e dezembro.

Apesar da instabilidade sob Trump, o mercado de investimentos dos EUA ainda é considerado um porto seguro.

Investidores devem avaliar suas metas antes de escolher o vencimento dos títulos. Títulos de três a sete anos oferecem uma boa taxa sem expor a incertezas.

Brasileiros podem investir em BDRs ou ETFs para acessar os treasuries, ou abrir conta em corretoras que possibilitem investimentos diretos.

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