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Com recorde de suicídios e superlotação, Itália enfrenta colapso carcerário

O presidente italiano faz um apelo por dignidade nas prisões em meio a uma crise de superlotação e suicídios. O governo pretende implementar medidas alternativas para 10 mil detentos, mas críticos afirmam que as soluções são insuficientes.

Itália enfrenta crise no sistema carcerário devido a forte onda de calor e superlotação, com temperaturas próximas aos 40 graus.

O presidente Sergio Mattarella alertou para as condições nas prisões, afirmando que suicídios são uma "emergência social". O papa Leão 14 também mencionou o problema, criticando o uso excessivo de prisões em nome da segurança.

A crise carcerária é acentuada por uma taxa recorde de suicídios e a superlotação, com 62,7 mil detentos e apenas 51,3 mil vagas oficiais. A Itália é a terceira na UE em superlotação, com taxa de 122% em 2023.

Para enfrentar a situação, o governo anunciou que 10 mil detentos poderão cumprir penas em alternativas, como prisão domiciliar. Os beneficiados terão penas inferiores a dois anos e sem sanções graves recentes.

O ministro da Justiça, Carlo Nordio, acredita que a superlotação e os suicídios são problemas distintos. A ONG Antigone critica a medida como uma resposta insuficiente às pressões mediáticas, sugerindo que seria necessário prender menos e utilizar o cárcere apenas para crimes graves.

O governo também planeja reestruturar presídios para abrir 15 mil novas vagas e propor que dependentes químicos cumpram penas em casas de recuperação.

Desde 2020, a população carcerária subiu 17%, com 31,6% dos detentos sendo estrangeiros. O número de suicídios já bateu recorde em 2024, com 91 casos, a maior cifra desde 1992.

A situação atual reflete uma “grande internação em massa de pobreza” que começou nos anos 2000. O governo da premiê Giorgia Meloni implementou leis que aumentam a penalização, resultando em mais encarceramentos.

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