Com punição a Bretas, Lava-Jato soma 10 juízes e procuradores sancionados pelo CNJ
Ex-juiz Marcelo Bretas é aposentado compulsoriamente após sanções do CNJ, tornando-se o décimo membro da Lava-Jato a ser punido. Ele se junta a outros magistrados e procuradores sob investigação por condutas questionadas durante a operação.
Marcelo Bretas, ex-juiz da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, foi punido em três processos administrativos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e aposentado compulsoriamente. Ele é o décimo integrante da Operação Lava-Jato a ser alvo de sanções por condutas questionáveis.
A Lava-Jato, que destacou esquemas de corrupção de 2014 a 2017, gerou críticas por supostos excessos cometidos por seus membros. Desde 2018, o CNJ e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) investigam atitudes de envolvidos. Até agora, mais de 20 pessoas ainda respondem a processos disciplinares.
O ex-juiz Sergio Moro, que teve 31 processos arquivados, afirma que, se ainda fosse juiz, sua situação seria diferente. Na última terça-feira, o CNJ decidiu por unanimidade afastar Bretas por acusações como negociar penas e pressionar investigados, mas ele manterá proventos proporcionais.
Deltan Dallagnol, ex-procurador, recebeu sanções mais leves em 2019 e 2020, incluindo advertência e censura. Ele teve seu mandato de deputado cassado em 2023, relacionado a salários e procedimentos administrativos disciplinares.
O procurador Eduardo El Hage foi afastado por 30 dias por divulgar informações sigilosas. Outros membros da força-tarefa também enfrentaram sanções. A morosidade nos processos disciplinares é recorrente, em parte devido à vitaliciedade de juízes e procuradores.
Conclusão: As punições na Lava-Jato refletem um cenário complexo de accountability e as dificuldades em punir efetivamente magistrados e procuradores envolvidos em irregularidades.