Com prestígio na Câmara, Lira articula ida ao Senado e tenta driblar adversário
Arthur Lira enfrenta dificuldades para assegurar apoio político em Alagoas, enquanto continua a influenciar os rumos da Câmara dos Deputados. Com a aproximação do prefeito JHC aos Calheiros, sua candidatura ao Senado se torna incerta.
Em dezembro, o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi homenageado e afirmou que voltaria feliz a ser "mais um" deputado.
Quase sete meses depois, Lira continua influente no governo, orientando seu sucessor, Hugo Motta (Republicanos-PB), e moldando opiniões na Câmara.
No entanto, em seu estado, Alagoas, Lira enfrenta dificuldades para articular apoio para a vaga ao Senado. Seu amigo, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), se aproxima do adversário Renan Calheiros (MDB-AL), o que pode afetar futuras alianças eleitorais.
Lira segue participando ativamente da Câmara e tem um papel decisivo em pautas relevantes, enquanto tenta resolver problemas políticos em casa. Sua influência se mantém, mesmo após sua presidência, conforme colaboradores relatam que ele “dá ordens” e orienta Motta na defesa do Parlamento.
Recentemente, Lira interveio em questões envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e alertou Motta sobre a necessidade de um texto claro para um projeto de anistia.
Em meio a tensões, JHC decidiu não indicar um vice ligado a Lira, sinalizando uma mudança de alinhamento.
Se JHC se juntar a Renan Filho (MDB), Lira terá dificuldade em mobilizar apoios, pois os emedebistas controlam 69 dos 102 municípios de Alagoas.
A situação se agravou com a indicação da tia de JHC para o STJ, acentuando o afastamento entre Lira e o prefeito.
Enquanto isso, Renan Calheiros reforçou sua proximidade com JHC, descartando uma aliança com Lira.
JHC também cogita trocar de partido, migrando para o PSB, o que poderia aumentar sua vinculação à base governista e aos Calheiros.