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Com preço do carro ainda elevado, locadoras têm desafio de repasse de tarifas

Locadoras de veículos enfrentam desafios para manter rentabilidade em 2025 devido ao aumento de custos e à elevação dos preços dos carros. Apesar do cenário desafiador, o setor deve continuar aquecido, impulsionado pelo crescimento do turismo e pela readequação das frotas.

Empresas de locação de veículos no Brasil enfrentam dificuldades para repassar o aumento de custos operacionais, segundo relatos à Bloomberg Línea.

Diante de preços elevados dos veículos, as locadoras têm desafios para manter a rentabilidade em 2025.

Paulo Miguel Jr., vice-presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), afirmou que os reajustes nas tarifas não são suficientes, apesar da tentativa das empresas em repassar os custos. As tarifas teriam que subir mais, mas variáveis internas e externas dificultam isso.

O dirigente destacou que o principal desafio é o preço dos carros, que permanece alto, mesmo com descontos das montadoras. A locação não é considerada essencial, especialmente em um cenário econômico desafiador.

Por outro lado, o turismo tem crescido, indicando que a locação pode continuar aquecida. Em 2024, as locadoras compraram 649 mil veículos, representando um aumento de 9,9% em relação a 2023.

As locadoras readequaram suas frotas, vendendo carros caros adquiridos durante a pandemia. A frota atual está mais equilibrada e, segundo Miguel, problemas de depreciação não devem ocorrer neste ano.

Analistas do Itaú BBA indicam que a demanda se mantém resiliente, e as tarifas diárias aumentaram no quarto trimestre de 2023, comparadas a 2020, auge da pandemia. O ROIC das empresas teve melhorias sequenciais, com a Localiza e Movida apresentando resultados positivos.

A dívida líquida das empresas diminuiu e negociações com montadoras resultaram em descontos positivos, com prazos de pagamento normalizados, favorecendo a previsibilidade e rentabilidade do setor.

Embora a oferta de carros esteja normalizada, Miguel alertou que 2024 será um ano mais de renovação das frotas do que de ampliação. No primeiro trimestre deste ano, as locadoras adquiriram 93 mil veículos, uma queda em relação ao ano anterior.

Embora a ABLA não tenha uma projeção específica para 2025, espera-se um aumento no faturamento devido ao reposicionamento de preços. Apesar do otimismo, Miguel expressa preocupação com a rentabilidade futura.

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