Com mercados instáveis, ouro volta a ser refúgio dos investidores
A crescente cotação do ouro impulsiona investimentos no setor, com projeções de R$ 2,1 bilhões em novos projetos até 2029. No entanto, as mineradoras enfrentam desafios para ampliar a produção a curto prazo devido à escassez de novos projetos.
Cotação do ouro mantém-se alta devido à guerra comercial iniciada por Donald Trump, refletindo um movimento crescente desde a pandemia de Covid-19. Em 2024, as cotações atingiram recordes 40 vezes e subiram 26,7% desde o final do ano passado até 17 de abril.
Esse cenário incentiva mineradoras a expandirem seus projetos, com R$ 2,1 bilhões projetados pelo Ibram em novos investimentos de ouro entre 2025 e 2029, comparado a R$ 1,5 bilhão anteriormente.
A Aura Minerals, que opera no Brasil, México e Honduras, se mantém produtiva, com aumento de 38% na receita líquida do quarto trimestre de 2024, totalizando US$ 594 milhões no ano.
Segundo Rodrigo Barbosa, presidente da Aura, a entrada de novas minas leva anos, o que limita o aumento imediato da produção global. A escassez de projetos impede um crescimento significativo no setor, embora os preços altos possam impulsionar novas iniciativas.
Além de expansão, a Aura adota uma estratégia de aquisições, como a mina de Borborema no Rio Grande do Norte, com previsão de operação comercial no terceiro trimestre de 2024.
A AngloGold Ashanti também prioriza eficiência e controle de custos, focando no crescimento operacional no Brasil, onde responde por 10% da produção mundial da empresa. A mineradora investe em sustentabilidade, incluindo fechamento de barragens e energia renovável, com a introdução da primeira carregadeira 100% elétrica de subsolo no Brasil em 2024.