Com mais divórcios do que casamentos no Brasil, mulheres enfrentam surpresas ao dividir patrimônio
Pesquisa do IBGE revela que os divórcios no Brasil atingem um novo recorde, com um aumento de 4,9% em 2023. A maioria dos casos envolve questões financeiras e a descoberta tardia do patrimônio oculto por mulheres durante o processo de separação.
Divórcios superam casamentos no Brasil. Em 2023, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou um aumento de 4,9% nos divórcios em relação a 2022, totalizando 440.787 separações. Este é o terceiro recorde consecutivo.
81,8% dos divórcios foram judiciais, principalmente devido a questões como guarda dos filhos e pensão alimentícia. Muitas mulheres se surpreendem ao descobrir patrimônios ocultos durante o processo.
De acordo com Silvia Felipe Marzagão, advogada, muitas mulheres enfrentam dificuldades devido ao desconhecimento dos bens do casal. Isso se relaciona com desigualdades sociais e de gênero.
Marzagão observa que o planejamento patrimonial não era uma prioridade para muitos. Embora haja um aumento na discussão sobre finanças entre casais, muitos ainda só compreendem plenamente o regime de bens e suas implicações na hora de assinar documentos no cartório.
Casamento patrimonial e dependência financeira ainda são comuns. A advogada ressalta que essa continuidade pode trazer complicações. É vital que a partilha seja realizada adequadamente para assegurar a dissociação financeira.
A média de idade do divórcio é de 41,4 anos para mulheres e 44,3 anos para homens. Um número crescente de mulheres busca consultoria jurídica após o divórcio antes de novos relacionamentos, embora ainda sejam poucas.
Preferência por comunhão parcial de bens continua crescente, com 90,4% dos divórcios em 2023 nessa categoria, comparado a 86,1% em 2013.
Além disso, 53,3% dos divórcios em 2023 ocorreram entre casais com filhos menores de idade.