Com fome crescendo em Gaza, EUA e Israel deixam negociação de cessar-fogo
Negociações para cessar-fogo na Faixa de Gaza enfrentam mais um obstáculo, com acusações de falta de boa-fé por parte do Hamas. Enquanto isso, a crise humanitária se agrava, com palestinos enfrentando fome extrema e mortes.
Estados Unidos e Israel reconvocaram negociadores para consultas em busca de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, acusou o Hamas de não agir de boa-fé.
As conversas, mediadas pelo Egito e Qatar, enfrentam um retrocesso enquanto palestinos sofrem com fome devido ao bloqueio parcial de ajuda humanitária.
Witkoff afirmou que o Hamas não está agindo de forma coordenada. "Vamos considerar outras opções para trazer os reféns de volta", disse ele, sem dar mais detalhes.
Enquanto isso, Israel avançou militarmente em Deir al-Balah, acreditando que lá estão os últimos reféns do Hamas. A OMS acusou Israel de bombardear suas instalações e deter funcionários no local.
O Hamas expressou surpresa com Witkoff e disse que os mediadores parabenizaram a nova proposta do grupo, acreditando em um acordo próximo. Contudo, autoridades israelenses afirmaram que não haverá progresso sem concessões do Hamas.
O objetivo de Israel é destruir o Hamas, mas analistas afirmam que isso é inviável, pois o grupo agora opera como força de guerrilha.
Mais de cem ONGs alertaram sobre a "fome em massa" em Gaza, com 43 mortes por inanição registradas nesta semana. Desde maio, Israel implementou um novo sistema de distribuição de suprimentos, mas a ONU rejeitou, considerando perigoso.
Nesta quinta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que reconhecerá formalmente o Estado da Palestina em setembro. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, chamou a fome em Gaza de "indizível" e pediu a entrada de ajuda humanitária.