Com earnouts bilionários e margens pressionadas, LWSA tenta provar que não é um value trap

A LWSA (antiga Locaweb) enfrenta ciclo de desconfiança entre investidores, apesar de um aumento de 16% nas ações desde janeiro.

Atualmente, as ações estão perto do low histórico e caíram 90% em relação ao pico de fevereiro de 2021.

A empresa se expandiu rapidamente entre 2020 e 2021, realizando quase 20 aquisições e levantando R$ 2,9 bilhões em capitais. Porém, gestores apontam a LWSA como uma “colcha de retalhos”.

As margens sofreram e o crescimento está abaixo do esperado (menos de 9%) devido à diminuição do apetite das PMEs para novas tecnologias em e-commerces.

Um dos maiores problemas foi a aquisição da Squid por R$ 176 milhões, que não se encaixou na demanda das PMEs. O CEO, Rafael Chamas, admitiu que o total gasto na Squid superou R$ 300 milhões e a adoção do produto foi lenta.

Além disso, a LWSA pagará R$ 1,3 bilhão em earnouts em decorrência de M&As desde 2020, com a Squid representando R$ 270 milhões desse total.

Após reestruturação, a LWSA cortou operações menos lucrativas da Squid e agora se concentra na integração das aquisições e na eficiência operacional. Entretanto, isso impactou negativamente as margens.

No primeiro trimestre, a margem bruta caiu 1 ponto percentual para 46,6% e o crescimento da receita líquida foi de apenas 8,8%.

A LWSA desenvolveu um plano estratégico para os próximos cinco anos, focando na integração de serviços financeiros e na incorporação de inteligência artificial.

O mercado especula que a LWSA pode ser alvo de uma OPA, com a General Atlantic como potencial interessada. Contudo, a viabilidade depende do retorno ao crescimento.

Chamas negou discussões sobre OPA e destacou que a empresa tem devolvido capital aos acionistas com recompras de ações, totalizando R$ 197 milhões até agora.