Com base fragmentada e foco em 2026, Nunes enfrenta impasses na Câmara de SP nos primeiros 100 dias

Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, completou 100 dias de seu segundo mandato e enfrenta queixas de aliados na Câmara Municipal. Parlamentares criticam a falta de coesão na base aliada e afirmam que Nunes está mais focado na disputa pelo governo do Estado em 2026.

Tais movimentações também incomodam o governador Tarcísio de Freitas. A percepção entre aliados é que Nunes “subiu no salto” ao cercar-se de ex-prefeitos e escantear vereadores. A gestão informou que mantém uma relação sólida com a Câmara, focada no diálogo.

No dia 25, o prefeito teve uma reunião tensa com vereadores após quase ser votada uma proposta sobre orçamento impositivo. Nunes cobrou lealdade e afirmou que apoiadores de emendas não deveriam permanecer no governo.

Tensões também surgiram em relação à mudança do nome da Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal, que só avançou após concessões aos partidos de esquerda. A escassez de projetos relevantes enviados à Câmara é outra dificuldade, com apenas três projetos propostos até agora.

Mais de 400 propostas apresentadas por vereadores estão paradas, aguardando leitura. Um vereador destacou que a paralisação é atípica e refletiria a falta de coesão da base aliada.

A “bancada dos independentes” é um desafio adicional, com nove dos 36 vereadores se declarando independentes, podendo comprometer votações essenciais. Além disso, Nunes enfrenta oposição de vereadores ligados a Milton Leite, ex-presidente da Câmara, que continua influente na política local.

Como gesto de apaziguamento, Nunes nomeou Alexandre Leite, filho de Milton, como secretário de Relações Institucionais. A Prefeitura enfatizou a escolha por sua experiência para melhorar a articulação entre os níveis de governo.