Colômbia sedia conferência sobre reforma agrária após 20 anos

América do Sul sediará a segunda conferência internacional sobre reforma agrária na Colômbia, em fevereiro, 20 anos após a primeira, realizada em Porto Alegre.

O evento, que ocorrerá em Cartagena, contará com representantes de mais de cem países. O governo colombiano busca inspirar-se na agenda brasileira enquanto enfrenta desafios em reformas no campo.

A ministra colombiana da Agricultura, Martha Carvajalino, destacou a importância do debate sobre redistribuição justa da terra, segurança alimentar, mudanças climáticas e reconhecimento dos povos campesinos.

Em 2006, a conferência em Porto Alegre resultou em um documento que vincula insegurança alimentar e pobreza rural a desequilíbrios de desenvolvimento, pedindo uma reforma agrária que respeite a conservação da terra.

A Colômbia, sob o governo de Gustavo Petro, avançou em sua agenda agrária, administrando 578 mil hectares de terras e reconhecendo mais de 700 mil hectares de territórios camponeses, apesar de desafios políticos.

A reforma agrária na Colômbia busca resolução de um problema centenário, com tentativas anteriores em 1961 e 1994 sem implementação eficaz. O atual governo priorizou essa questão.

No Brasil, o MST criticou a lentidão nas reformas agrárias, chamando o ministro Paulo Teixeira de “ministro promessinha” em protesto.

A ministra Carvajalino busca participação significativa da comunidade latino-americana na conferência e conta com apoio do Brasil, México, Chile e Uruguai, além de países asiáticos e africanos.

Ela espera que a conferência fortaleça a agenda global para a redistribuição de terras, combate à fome e à crise climática, promovendo discussões em torno da paz.