CNJ afasta desembargador que postou apoio a Bolsonaro e associou Lula ao CV
Desembargador é afastado por compartilhar postagens condenadas pelo CNJ. Publicações foram consideradas prejudiciais à credibilidade do sistema judicial e eleitoral.
CNJ afasta desembargador do TJ-RJ por 60 dias
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu afastar o desembargador Marcelo Lima Buhatem devido a publicações de conteúdo político-partidário em redes sociais.
As mensagens compartilhadas questionavam a credibilidade do sistema judicial e eleitoral, fomentando desconfiança nas eleições. Buhatem já havia sido alvo de suspensão de suas redes sociais em outubro passado por decisão do ministro Luis Felipe Salomão, que reconheceu a reincidência na conduta.
Entre os conteúdos delatados, destacam-se:
- Mensagem no WhatsApp associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Comando Vermelho;
- Postagem criticando relativo ao Datafolha e o chamando de ato contra a democracia;
- Críticas a ministros do STF e apoio implícito a Jair Bolsonaro.
A Corregedoria do CNJ identificou tentativas de influenciar a percepção pública, como a referência a Roberto Jefferson como “lobo solitário” em nota oficial.
Buhatem contestou as acusações, alegando que seu uso do termo foi mal interpretado e que suas interações com postagens de Bolsonaro foram apenas ações institucionais.
A defesa argumentou que as manifestações ocorreram após o período eleitoral e que não há evidências suficientes referentes a atos golpistas ou favorecimento a qualquer candidato.
O julgamento ocorreu em 8 de abril, com proposta de afastamento de 90 dias sendo reduzida para 60 dias.