Clarice Niskier retoma ‘A Alma Imoral’, a peça que muitos vêem diversas vezes
Clarice Niskier celebra quase duas décadas de A Alma Imoral, uma jornada que a mantém instigada e conectada às mudanças do mundo. Com mais de 750 mil espectadores, a atriz reflete sobre a transgressão e a aceitação da própria identidade ao longo do tempo.
Clarice Niskier, 65 anos, reflete sobre um conselho do ator Walmor Chagas durante a encenação de Um Equilíbrio Delicado na peça A Alma Imoral, que estreia nova temporada no Teatro Cultura Artística, em São Paulo.
Desde 2006, Niskier já realizou quase 4.000 apresentações do monólogo, atraindo 750.000 espectadores. A montagem, dirigida por Amir Haddad, mistura filosofias judaicas e budistas em reflexões sobre transgressões.
A atriz utiliza um método único para se manter instigada: ler aleatoriamente um trecho do livro de Nilton Bonder para renovar sua compreensão do texto, considerando as atuais mudanças sociais.
Imaginar-se “até ficar velhinha” em cena é parte de sua visão, enquanto desafia padrões de beleza. A peça foi idealizada após um presente do rabino e representa uma luta contra a vaidade e finitude.
Niskier lançou A Alma Imoral com um investimento de R$ 30.000 e rapidamente esgotou ingressos em um teatro de 50 lugares.
Com a equipe reduzida, a atriz viaja facilmente pelo país. Desde 2015, diversificou sua carreira com outros projetos, como A Lista e Coração de Campanha.
A longevidade de A Alma Imoral proporcionou a Niskier estabilidade na carreira, mas os lucros não refletem necessariamente em uma conta bancária robusta. Ela valoriza poder atuar em seu ritmo, afirmando que “se tivesse me moldado a um padrão, não teria sobrevivido.”