Cientistas criam nanopartículas e avançam no tratamento do HIV
Novo método experimental traz esperança no combate ao HIV ao ativar vírus adormecido para ser atacado pelo sistema imunológico. Pesquisas adicionais em animais são necessárias antes de testes em humanos.
Pesquisadores australianos desenvolveram um método inovador com nanopartículas de RNA mensageiro que pode aprimorar o tratamento do vírus HIV.
A técnica ativa o vírus quando está “adormecido”, tornando-o detectável pelo sistema imunológico. O estudo foi publicado na revista Nature Communications em 29 de maio.
A descoberta oferece uma nova estratégia para eliminar o HIV que permanece escondido nas células, desafiando o tratamento. Atualmente, cerca de 40 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo.
O vírus se esconde em células T CD4+, que deveriam combatê-lo. Nesse estado, o HIV fica inativo e invisível aos medicamentos.
As nanopartículas carregam RNA mensageiro que, dentro das células infectadas, produz proteínas que “acordam” o vírus. Com o HIV ativo, o sistema imunológico pode identificá-lo e atacá-lo.
Os testes foram feitos em laboratório, com células isoladas e sangue de pacientes. O próximo passo envolve experimentos em animais para verificar segurança e eficácia antes de testes em humanos.
Os pesquisadores alertam: “Ainda não sabemos se essa abordagem será eficaz e segura em pessoas”. Ensaios clínicos podem levar anos para serem concluídos.
Os antirretrovirais atuais são eficazes para controlar o HIV, mas não eliminam completamente o vírus. No Brasil, o SUS oferece tratamento e prevenção, como a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Além disso, foi desenvolvido o lenacapavir, um medicamento preventivo que requer aplicação a cada 6 meses. Estudos mostram que apresentou 0,10 infecções a cada 100 por ano, comparado a 0,93 no grupo que usou medicamentos tradicionais.