Cidades que viveram boom do petróleo sofreram com aumento da violência; veja as mais afetadas
Estudo revela que o crescimento da produção de petróleo na região Sudeste, entre 1997 e 2016, levou a uma significativa melhora econômica, mas também a um alarmante aumento da violência. Pesquisadores identificam fatores como urbanização desordenada e aumento da desigualdade como possíveis causas para a escalada da criminalidade.
Estudo revela aumento da violência em municípios produtores de petróleo no Sudeste
A produção de petróleo nas décadas de 2000 trouxe um crescimento econômico, mas também um aumento da violência nas regiões mais próximas aos campos de extração.
Pesquisadores do Insper e da USP analisaram dados de 1997 a 2016, focando em municípios do Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, que representavam 90% da produção de petróleo do Brasil em 2013.
Em Campos dos Goytacazes (RJ), os homicídios cresceram 123%, saltando de 122 para 272 entre 1997 e 2016, mesmo com um aumento populacional de 24%.
O estudo destacou que o PIB nas cidades produtoras cresceu cerca de 100% a mais do que em não produtoras durante o boom do petróleo.
A pesquisa aponta várias explicações para o aumento da criminalidade, como a urbanização desordenada e a falta de investimento em infraestrutura pública.
Houve atração de mão de obra jovem e masculina, mais propensa ao crime, e o aumento de renda facilitou o avanço de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas. Cresceu a desigualdade entre trabalhadores formais e informais.
O Brasil, que produzia 1,5% do petróleo global na década de 90, aumentou essa participação para 4% em 2020, tornando-se o oitavo produtor mundial.
No auge, o preço do barril subiu 210% entre 2004 e 2013, mas caiu drasticamente após 2013.
A exploração de petróleo está atualmente concentrada no pré-sal, com produção de 3,6 milhões de barris por dia, e projeções indicam que deve chegar a 5,3 milhões até 2030.
A Margem Equatorial é considerada uma nova fronteira de exploração. O Ibama autorizou a Petrobras a iniciar a exploração na bacia da Foz do Rio Amazonas.
A exploração contará com sonda perfuradora e barcos de contenção que devem chegar em julho, com foco em uma produção mais sustentável e menos impactante ao meio ambiente.