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Cidades que cuidam de mulheres: urbanismo, mobilidade e políticas públicas com recorte de gênero

Discussão sobre mobilidade urbana destaca desigualdade de gênero e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em grandes cidades. A insegurança e a falta de infraestrutura adequada limitam oportunidades e afetam a qualidade de vida feminina.

Mulheres representam 51,1% da população brasileira, segundo o IBGE (2022), e enfrentam desafios urbanos que afetam suas oportunidades de emprego e prosperidade.

Em São Paulo, a expansão urbana e a especulação imobiliária deslocam as classes mais pobres para longe dos centros econômicos, impactando a qualidade de vida feminina.

Mulheres realizam mais viagens a pé ou de transporte público, levando filhos à escola e cuidando da casa, o que intensifica a sobrecarregação de responsabilidades.

A pesquisa da RB|Ticket revelou que 73,5% das mulheres usam vale-transporte diariamente, enquanto os homens dependem menos desse meio. A violência e o assédio no transporte público afastam as mulheres de oportunidades.

Recentemente, o assassinato da estudante Bruna Oliveira da Silva evidenciou a vulnerabilidade feminina nos trajetos urbanos. Isso reforça a necessidade de repensar o urbanismo e a mobilidade sob uma perspectiva de gênero.

A infraestrutura muitas vezes prioriza interesses imobiliários em detrimento das necessidades da população. Um pacto entre o poder público e a iniciativa privada é essencial para garantir transporte e habitação acessíveis.

A promoção de transporte ativo requer a construção de ciclovias seguras e calçadas de qualidade. Segundo pesquisa, 97% das mulheres já sofreram assédio em espaços públicos, o que torna essas medidas urgentes.

A tecnologia tem potencial para democratizar o acesso à mobilidade, mas é fundamental regular as novas soluções e proteger os trabalhadores, muitas vezes mulheres vulneráveis.

A mobilidade segura e digna é vital para o empreendedorismo feminino. Cidades que cuidam das mulheres beneficiam a todos e garantem um desenvolvimento justo.

Urbanismo com recorte de gênero não é apenas uma necessidade, mas um direito.

Autora: Ana Fontes, empreendedora e especialista em empreendedorismo feminino.

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