Cid diz que omitiu dinheiro de Braga Netto por choque na prisão

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelou que omitiu recebimento de dinheiro do general Braga Netto durante seu depoimento na 1ª Turma do STF nesta 2ª feira (9.jun.2025). O dinheiro seria utilizado por um grupo que planejou um golpe de Estado em 2022.

Durante o depoimento, Cid explicou que o major Rafael Martins de Oliveira pediu recursos para acampamentos em frente aos quartéis. Ao buscar ajuda com Braga Netto, o general recomendou contatar representantes do PL (Partido Liberal), mas Cid alegou que, após a negativa, o general posteriormente lhe entregou uma quantia em dinheiro no Palácio da Alvorada.

“Não sei o valor exato, mas parecia menos de R$ 100 mil”, disse Cid, acrescentando que o montante estava em uma caixa de vinho. Ele suspeita que o dinheiro tenha vindo de empresários do agronegócio.

O ministro Alexandre de Moraes destacou que a informação não foi mencionada em seus dois primeiros depoimentos. Cid foi questionado sobre essa omissão e afirmou que estava em “choque” no dia da prisão.

A 1ª Turma do STF iniciou os interrogatórios dos réus do núcleo crucial da tentativa de golpe, com o objetivo de impedir a posse de Lula. Os interrogatórios devem ser finalizados até 6ª feira (13.jun). Cid, que fez um acordo de colaboração, foi o primeiro a ser ouvido.

A sequência dos interrogatórios foi organizada em ordem alfabética para garantir que todos os réus estivessem cientes dos depoimentos. O único não presente fisicamente é o general Braga Netto, que está preso e participa por videoconferência.

Esses interrogatórios fazem parte da instrução criminal, onde já foram ouvidas testemunhas e novas provas ainda podem ser solicitadas. O relator, Moraes, se preparará para o relatório final após essa etapa.