'Chocante agressão de Trump ao Brasil' é das maiores interferências na América Latina desde a Guerra Fria, diz The Economist
The Economist destaca a crescente tensão entre EUA e Brasil, com medidas punitivas que reforçam o apoio a Lula. A revista argumenta que a interferência de Trump pode resultar em backlash contra a direita brasileira nas próximas eleições.
Revista The Economist classifica anúncio dos EUA de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras e suspensão de vistos a ministros do STF como uma "chocante agressão".
Segundo a publicação, essa é uma das maiores interferências dos EUA na América Latina desde a Guerra Fria.
O artigo, intitulado "A chocante agressão de Trump ao Brasil", destaca a relação de inimizade ideológica entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva.
A ação americana foi desencadeada pela cúpula do Brics, realizada no Brasil em julho, e a revista credita à resposta do STF algumas medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Trump e seus apoiadores são críticos à investigação de Alexandre de Moraes sobre desinformação nas redes sociais.
A revista aponta que, apesar das ações de Trump, o apoio a Lula entre os brasileiros aumentou, refletindo numa melhora na aprovação do presidente.
O Congresso brasileiro, dominado por partidos de direita, está cogitando tarifas retaliatórias aos EUA em apoio a Lula.
As tarifas americanas impactarão as vendas brasileiras, especialmente em regiões de apoio a Bolsonaro, o que já levou até a confederação de agricultores a criticar a "natureza política" das tarifas.
Os brasileiros também estão irritados com os ataques dos EUA ao Pix, um sistema de pagamentos que melhorou a concorrência no setor bancário nacional.
A Economist aponta que o Brasil é uma das economias mais fechadas e que, embora algumas reclamações dos EUA sobre práticas comerciais sejam válidas, elas não representam a real preocupação de Trump.
Desde maio, o governo brasileiro tenta estabelecer um acordo comercial com a Casa Branca, mas seus apelos têm sido ignorados.