Chineses têm interesse em conhecer o Pix
Panorama favorável para investimentos entre Brasil e China é discutido no Summit Valor Econômico. Especialistas destacam a importância da regulação e inovação financeira como pilares para a futura cooperação.
Cooperação Financeira Brasil-China tem grande potencial para aumentar investimentos e reduzir riscos.
Com o atual cenário geopolítico e a guerra comercial com os EUA, a China busca ampliar investimentos na América Latina, especialmente no Brasil.
A experiência brasileira com o Pix, que movimentou mais de R$ 60 trilhões desde 2021, chama a atenção dos investidores chineses.
Chen Jianheng, da China International Capital Corporation, destacou que a China possui mais de 20 mil empresas na América Latina, acumulando mais de US$ 70 bilhões em investimentos no Brasil na última década.
Ben Shenglin, da província de Zhejiang, expressou interesse em aprender mais sobre o Pix e ampliação de investimentos em tecnologia e inteligência artificial. “São Paulo é um polo de inovação,” afirmou.
No painel “Construindo Pontes de Cooperação Financeira,” Marcos Caramuru apontou a importância da regulação para viabilizar projetos financeiros. Regulações conjuntas estão sendo discutidas entre o Banco Central brasileiro e reguladores chineses.
Foram citadas iniciativas como:
- Memorando entre a B3 e bolsas na China para listagem de ETFs;
- “Panda bonds” lançados por empresas estrangeiras no mercado chinês;
- Acordo entre Brasil e China para negociações em suas próprias moedas.
Chen Weidong, do Banco da China, comentou que este sistema terá papel crucial na cooperação futura.
Nelson Barbosa, do BNDES, destacou um acordo para empréstimo em renminbi, equivalente a R$ 4 bilhões, ampliando as opções de financiamento.
Barbosa também mencionou planos do governo brasileiro para criar uma certificadora ambiental para florestas tropicais, abrindo oportunidades para colaboração com pesquisadores chineses.
O summit, promovido pela Editora Globo e Valor Econômico, contou com apoio de diversas instituições, incluindo BRF, Marfrig e Huawei.