China quer negociar, mas Xi Jinping não quer repetir Zelensky, diz Cláudia Trevisan
China se mostra mais preparada para a disputa comercial com os EUA, enquanto Brasil pode se beneficiar com novas oportunidades no agronegócio. A relação complexa entre as duas potências abre espaço para investimentos chineses na América Latina, especialmente no Brasil.
A disputa comercial entre EUA e China é reacendida com a volta de Donald Trump à presidência e tarifas de até 145% sobre produtos chineses.
A China, ao contrário do primeiro mandato de Trump, se mostra mais preparada para o novo ciclo de hostilidades. Cláudia Trevisan, diretora do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), afirma que ambas as economias querem negociar, mas sem ceder.
Trevisan destaca que a tensão coloca em risco a integração econômica global, fundamental para a redução da pobreza. Com as sanções americanas, o Brasil se torna um polo de oportunidades, especialmente no agronegócio.
Após as tarifas de Trump, o Brasil aumentou as exportações de soja, algodão e carnes. A China já suspendeu importações de frigoríficos americanos e pode restringir o frango.
Sobre o cenário chinês, Trevisan relata que o governo tem respondido com retaliações e que a cultura de “salvar a face” é crucial nas negociações. A relação entre as duas maiores economias do mundo é complexa, com uma história de laços econômicos profundos.
Brasil mantém diálogo com ambos os países, sem pressão formal para escolher lados. Trevisan acredita que novas oportunidades comerciais podem surgir, como o aumento de investimentos chineses na América Latina, especialmente em energia e manufaturas.
Fatores que tornam o Brasil atraente para a China incluem:
- Grandes oportunidades em infraestrutura
- Mercado com escala e recursos naturais
- Estabilidade política relativa
- Complementaridade econômica, especialmente em alimentos e energia
Quanto à formação de blocos geopolíticos, Trevisan acredita que estamos caminhando para um cenário mais fragmentado, mas ainda é cedo para previsões.