China pede que Trump pare de ‘ameaçar e chantagear’ em meio à guerra comercial
China pede diálogo em meio a guerra tarifária e alerta sobre pressão dos EUA. A disputa entre as duas potências pode afetar a economia global e já impactou as bolsas de valores e o setor agrícola.
China apela aos EUA para que parem de “ameaçar e chantagear” após a Casa Branca transferir a responsabilidade de iniciar negociações para reduzir a guerra comercial. O presidente Donald Trump impôs tarifas de 145% sobre produtos chineses, levando a China a retaliar com 125% de tarifas sobre produtos americanos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que a China "não deseja lutar, mas não tem medo de lutar", pedindo diálogo baseado em igualdade e respeito.
A política tarifária de Trump acumulou tarifas que podem chegar a 245%. Entretanto, os EUA isentaram produtos como computer, smartphones e semicondutores das tarifas recentes.
A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, alertou que as tarifas podem ter “consequências graves” para economias vulneráveis e prevê queda de até 1,5% no comércio global em 2025.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, indicou que as tarifas aumentarão a inflação nos EUA, causando uma forte queda na bolsa de Nova York, com o NASDAQ recuando 3,07%.
Após a transferência de responsabilidade, Trump declarou: “A bola está com a China”, e a economia chinesa cresceu 5,4% no primeiro trimestre, uma melhora em relação ao esperado.
Medidas de retaliação da China incluem a suspensão de aviões da Boeing e não renovação de licenças para exportadores de carne bovina. Trump, por outro lado, está mais conciliador com outros países, oferecendo uma pausa de 90 dias para negociações antes de aplicar tarifas.
As tarifas também impactaram parceiros como Japão, Coreia do Sul, União Europeia, México e Canadá, e as políticas tarifárias visam trazer a produção industrial de volta para os EUA.