China “ofuscou” EUA? Por que Ibovespa cai mesmo com notícias positivas sobre tarifas
Ibovespa segue em queda apesar de valorização das big techs nos EUA, pressionado por menor preço de commodities e incertezas sobre tarifas. Expectativa de reação positiva ao tarifação norte-americana se desfaz com aumento da cautela dos investidores.
Ibovespa cai 0,99% nesta quinta-feira (31), aos 132.658,94 pontos, com desvalorização mensal acumulada de 4,35%. A queda ocorre apesar da valorização das big techs Meta e Microsoft.
O principal indicador da B3 é impactado pelo recuo de 0,40% do petróleo e 2,38% do minério de ferro, devido a dados econômicos fracos da China.
Investidores estão atentos ao tarifaço dos EUA, que começará no dia 7 e excluiu quase 700 itens, animando o mercado na véspera. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que a situação está “melhor do que se esperava”, mas que as negociações ainda estão longe do fim.
Analistas, como Kevin Oliveira, apontam cautela devido às incertezas econômicas. Sanções financeiras contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, por Donald Trump, também preocupam especialistas. Oliveira destacou o receio de que isso afete negociações para rever as tarifas.
Dados da China mostram quarto mês consecutivo de queda na atividade industrial, o que preocupa ainda mais os investidores. A manutenção da Selic em 15% também pode influenciar o Ibovespa, com o Copom deixando a porta aberta para futuros ajustes.
No cenário corporativo, Bradesco lucrou R$ 6,1 bilhões no segundo trimestre, e projeções para os balanços de Apple, Amazon e Vale estão no radar dos investidores.
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,8%, e o setor público registrou um déficit primário de R$ 47,091 bilhões em junho. O presidente Lula lidera as intenções de voto com 47,8% contra 44,2% do ex-presidente Bolsonaro em pesquisa para 2026.
Analistas da XP apontam que o Ibovespa pode buscar 136.000 a 141.400 pontos, mas uma queda abaixo de 131.500 indicaria sinal de baixa.