China já isenta mais de 100 produtos americanos de tarifas, que somam US$ 40 bi em importações, diz agência
China começa a isentar mercadorias dos EUA de tarifas para aliviar impactos da guerra comercial. A medida reflete uma tentativa estratégica de proteger sua economia e facilitar importações essenciais.
A China iniciou a isenção de algumas mercadorias dos EUA de tarifas, abrangendo cerca de US$ 40 bilhões em importações, numa tentativa de amenizar o impacto da guerra comercial sobre sua economia.
Uma lista com 131 itens, incluindo produtos farmacêuticos e químicos industriais, circula entre empresas na China. Até o momento, não há confirmação oficial, mas seis empresas conseguiram importar produtos da lista sem tarifas.
Esses itens representam aproximadamente 24% das importações chinesas dos EUA previstas para 2024, conforme cálculos da Bloomberg. A medida reflete ações anteriores do governo Trump, que isentou produtos da China, totalizando cerca de US$ 102 bilhões ou 22% das importações americanas da China em 2022.
A listagem de isenções chinesas sugere uma manobra estratégica para igualar as ações dos EUA, mostrando que o foco de Pequim é proteger sua economia. Segundo Gerard DiPippo, as isenções visam mitigar danos e evitar um colapso nas importações essenciais.
A Bloomberg Economics comentou que isentar produtos críticos pode aliviar tensões e beneficiar a indústria chinesa. Recentemente, o Ministério do Comércio da China indicou que está avaliando retomar as negociações comerciais com os EUA.
Fontes relatam que autoridades chinesas começaram a pedir a empresas estrangeiras que listassem importações americanas indispensáveis e difíceis de substituir. A lista de isenções será ajustada conforme as necessidades da China.
Além disso, o governo chinês considera suspender tarifas sobre dispositivos médicos e produtos químicos, como etano, essencial para algumas indústrias locais. As isenções também são indicativas da dependência da China em relação a produtos americanos.
A guerra comercial afetou ambas as economias, com a atividade industrial da China apresentando a maior contração desde dezembro de 2023. Bancos de investimento como UBS e Goldman Sachs reduziram suas previsões de crescimento da China para cerca de 4% em 2024.
Wu Xinbo, da Universidade Fudan, observou que isenções não seriam surpreendentes, já que tarifas são vistas como uma forma de autossabotagem.