China inicia construção de hidrelétrica bilionária no Tibete
China inicia construção da hidrelétrica Yarlung Zangbo em meio a desafios geológicos e tensões geopolíticas. Com um investimento de US$ 167 bilhões, o projeto promete gerar 300 bilhões de kilowatts/hora anuais e beneficiar mais de 300 milhões de pessoas.
A China iniciou a construção da hidrelétrica do rio Yarlung Zangbo, considerada seu projeto elétrico mais ambicioso, na região autônoma do Tibete. O primeiro-ministro chines, Li Qiang, a chamou de "projeto do século".
O custo é de US$ 167 bilhões, quatro vezes o da hidrelétrica de Três Gargantas, a maior do mundo. Não há cronograma definido para a conclusão, mas a usina deve operar na 1ª metade da próxima década.
A hidrelétrica terá 5 cascatas e produzirá 300 bilhões de kilowatts/hora anualmente, equivalente ao consumo elétrico do Reino Unido. O projeto busca estimular a construção civil e acelerar a transição para uma matriz de energia limpa, atendendo 300 milhões de pessoas e gerando cerca de 200 mil empregos.
A construção é discutida há mais de 15 anos, enfrentando desafios de engenharia e tensões geopolíticas. A área é próxima da Cordilheira do Himalaia, sujeita a terremotos. Em janeiro, um terremoto de magnitude 7.1 causou destruição no Tibete.
O projeto também levanta preocupações na Índia e em Bangladesh. A Índia teme que a barragem seque 80% do rio Brahmaputra, enquanto Bangladesh solicitou informações sobre os impactos do empreendimento.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o projeto não afetará regiões vizinhas e que a China é "responsável" por gerenciar os impactos.