China está disposta a trabalhar com o Brasil para defender 'equidade internacional' frente aos EUA
China oferece cooperação ao Brasil em meio às tarifas dos EUA. O governo chinês reafirma sua posição contra práticas unilaterais e destaca a importância do diálogo no comércio internacional.
Ministério das Relações Exteriores da China, representado pelo porta-voz Guo Jiakun, declarou nesta segunda-feira, em Pequim, a disposição da China em trabalhar com o Brasil para enfrentar tarifas de 50% que os EUA pretendem impor a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
A China deseja defender um sistema multilateral de comércio focado na OMC e proteger a justiça e equidade internacionais. Jiakun ressaltou que as guerras tarifárias não têm vencedores e que práticas unilaterais não beneficiam ninguém.
Com as tarifas ameaçando diretamente o Brasil, o governo Lula enfrenta uma semana decisiva em busca de negociações com Washington. Durante sua viagem a Nova York para uma reunião da ONU, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sinalizou a disposição do Brasil para dialogar sobre as tarifas.
A China se mostra aberta a uma maior cooperação econômica com o Brasil, enfatizando a importância de princípios de mercado, inclusive no setor de aviação. Jiakun declarou: "Estamos prontos para promover essa cooperação".
Sobre as negociações entre EUA e China, Jiakun reiterou que a China espera avanço nas comunicações para reduzir mal-entendidos e promover uma relação estável e saudável entre as duas maiores economias.
Quando questionado sobre um possível acordo entre EUA e União Europeia, Jiakun afirmou que a China se opõe a acordos que possam prejudicar seus interesses. Ele defendeu que todas as partes devem resolver divergências comerciais por meio de diálogo em pé de igualdade.