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Chegada de chinesa do delivery acirra discussão sobre regulamentação do trabalho de motoboys

A entrada da Meituan no Brasil acirra a competição entre aplicativos de delivery em um cenário já conturbado pela precarização do trabalho. O investimento de R$ 5,6 bilhões até 2030 promete transformar o mercado, mas levanta preocupações sobre a remuneração e as condições dos entregadores.

A chegada da chinesa Meituan ao Brasil, proprietária do Keeta, o maior aplicativo de delivery do mundo, promete agitar o mercado de entrega de comida no país em 2025.

Com um investimento previsto de R$ 5,6 bilhões até 2030, a empresa planeja recrutar 100 mil motoristas e abrir 1.000 vagas no primeiro ano, com 90% dessas posições destinadas a brasileiros.

As atividades da Meituan devem iniciar em breve, ainda sem data definida. O investimento é parte de um pacote de parcerias entre Brasil e China e está gerando reações entre os aplicativos de delivery, como iFood e Rappi.

Preocupações de motoboys e sindicatos surgem a respeito da precarização do trabalho, citando denúncias de excesso de carga horária e baixa remuneração na China e Hong Kong. Gilberto Almeida, do Sindmoto-SP, expressa seu temor sobre a entrada da Meituan no segmento e como isso pode agravar o cenário já difícil para os entregadores.

O fundador da Meituan, Wang Xing, afirmou estar ansioso para a atuação no Brasil, prometendo benefícios aos consumidores e uma competição saudável.

Por outro lado, aplicativos já estabelecidos no Brasil, como iFood, Rappi e 99, já estão oferecendo novos benefícios a restaurantes e entregadores em resposta à concorrência.

Um projeto de lei proposto por Guilherme Boulos busca implementar um valor mínimo por entrega, estabelecendo R$ 10 para entregas em até quatro quilômetros. A proposta tem o apoio de diversos partidos e visa proteger os trabalhadores contra a precarização.

O Ministério do Trabalho está em negociações para regulamentar a atividade dos entregadores, mas enfrenta desafios para chegar a um consenso sobre pontos como remuneração mínima e proteção social.

Joaquim Saraiva, da Abrasel-SP, expressa otimismo de que a competição da Meituan diminuirá custos para restaurantes e melhores remunerações para motoboys.

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