Chefe da CGU diz que Rui Costa “sabia do problema” no INSS antes de escândalo

Ministro da CGU, Vinícius Carvalho, afirmou que Rui Costa, da Casa Civil, “sabia do problema” das fraudes no INSS antes da operação reveladora.

A declaração, feita ao O Globo, vem em resposta a críticas do Planalto, que atribuiu falhas de comunicação à CGU. Carvalho disse: “A informação de que as pessoas não sabiam não procede”.

A CGU notificou a equipe da Previdência e realizou reuniões sobre a auditoria que investigou acordos de cooperação com entidades que cobravam indevidamente aposentados. Os contratos foram assinados em 2021 e 2022, durante o governo Bolsonaro.

O escândalo resultou na saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência. Rui Costa alegou que a crise surgiu pela falta de comunicação, mas Carvalho insistiu que os alertas foram feitos a nível técnico.

“Optamos por investigar, punir e ressarcir os aposentados”, disse o ministro.

A operação se transformou em uma dor de cabeça política para o Planalto, com suspeitas de favorecimento a entidades ligadas a aliados do governo. Carvalho negou seletividade nos bloqueios de recursos.

Ele mencionou que a CGU planeja mudanças no sistema de descontos de beneficiários do INSS, avaliando sua fragilidade e necessidade de reforma.

Além disso, o ministro defendeu a atuação da CGU, negando perseguição política nas investigações. Ele também reconheceu resistências internas para ampliar a transparência de dados públicos.

Uma investigação revelou um esquema de fraudes bilionárias desde 2019, impactando mais de 4 milhões de vítimas, com prejuízo estimado em R$ 3,2 bilhões.

Crise política: Resultou na queda do presidente do INSS e de Carlos Lupi, que saiu após negociações com Lula. Wolney Queiroz foi nomeado em seu lugar, mas sua escolha descontentou a oposição.

O governo promete ressarcir os prejudicados e a AGU foi acionada para processar os envolvidos, mas a falta de respostas exacerba a crise.

Parlamentares do PL e do Novo exigem uma CPI para investigar o caso.