Cerrado ganha iniciativa para acelerar uso da agricultura regenerativa
Cerrado se torna pioneiro com o Landscape Accelerator - Brazil, promovendo práticas de agricultura regenerativa. Com potencial de gerar US$ 100 bilhões à economia, o programa busca reunir diversos setores para acelerar a transição sustentável no bioma.
A agricultura regenerativa busca reverter a degradação do solo, reduzindo danos ambientais e aumentando a produtividade. Este conjunto de técnicas é agora reforçado pelo Landscape Accelerator - Brazil (LAB), no Cerrado, o primeiro bioma do mundo a implementar essa iniciativa.
O LAB é liderado por WBCSD, Cebds e BCG, com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A iniciativa se alinha à Action Agenda on Regenerative Landscapes (AARL), lançada na COP28, em Dubai, focando na transformação dos sistemas alimentares para enfrentar a crise climática.
O programa visa demonstrar os impactos positivos das práticas regenerativas em 198 milhões de hectares do Cerrado, que representa 25% da produção global de soja e 97% de algodão do Brasil. Um estudo do BCG indica potencial de gerar US$ 100 bilhões à economia.
A transformação do Cerrado em referência global exige US$ 55 bilhões até 2050, com retorno de 19% em cinco anos. O LAB quer mobilizar US$ 3 bilhões de financiamento privado até 2030 para acelerar essa transição.
Empresas como Bayer e Nestlé participam do LAB, implementando práticas que aumentam a produtividade média em 11% e reduz o carbono em 16%. A Nestlé investiu **1,2 bilhão de francos suíços** globalmente em projetos de agricultura regenerativa, com foco em suporte técnico aos produtores.
O LAB busca superar barreiras existentes e replicar o modelo em outros países, como a Índia, apresentando resultados na COP30, em novembro, no Pará.