Centrão prepara troco ao Planalto e Lula conta com desgaste do Congresso para fazer disputa política
Alianças e retaliações marcam a volta dos deputados e senadores do recesso, com o governo Lula enfrentando um Congresso determinado a dificultar suas propostas. O veto ao aumento de deputados e o controverso aumento do IOF intensificam a tensão entre os Poderes.
Tensão entre o governo Lula e o Congresso aumenta após veto de aumento de deputados e decisão do STF
Aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmam que o governo Lula enfrentará dificuldades a partir de agosto, após o recesso parlamentar.
A tensão cresceu após o veto do presidente Lula ao aumento de deputados e a decisão do ministro Alexandre de Moraes de manter o decreto do IOF.
O Centrão e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, pretendem complicar a vida do governo, embora este esteja confiante no desgaste do Congresso perante a opinião pública.
Na prática, o Legislativo já começou a reagir, com a aprovação, na madrugada de quinta-feira, de um novo licenciamento ambiental, às vésperas da COP-30 em novembro.
Lula deve vetar esse projeto, que é considerado uma pauta-bomba, junto a um crédito subsidiado de até R$ 30 bilhões para o agronegócio.
O líder do governo, José Guimarães, tentou evitar a pauta-bomba. Contudo, um projeto está sendo preparado para limitar mudanças nas alíquotas do IOF sem aprovação do Legislativo.
A proposta fixa tetos e pisos para tributos e classifica como crime de responsabilidade a alteração das alíquotas fora dos limites estabelecidos.
Na quarta-feira, o STF validou o decreto do IOF em meio à falta de acordo entre Executivo e Legislativo, o que gerou críticas sobre a concentração de poder nas decisões de Moraes.
O veto de Lula ao aumento do número de deputados também provocou protestos. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, acredita que o veto será derrubado.
Pesquisas sobre a recuperação da popularidade de Lula e a recente decisão de Donald Trump de taxar produtos brasileiros trouxeram reações e indignação do presidente.
Deputados como Danilo Forte ressaltam a necessidade de evitar um clima de intriga e apontam a CPMI sobre o INSS como um potencial problema para o governo.