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Censo indica que não é só a fé que gera a força dos conservadores

Censo de 2022 revela desaceleração no crescimento evangélico no Brasil, desafiando previsões de ampliação do conservadorismo. A relação entre o aumento do número de templos e a perda de fôlego na conversão de novos fiéis sugere uma mudança nas dinâmicas religiosas do país.

A direita no Brasil continua a crescer, apesar da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A centro-esquerda encolheu em outras disputas.

Desde 2010, o conservadorismo disparou, mas o atraso na divulgação de dados oficiais e o papel dos pastores sugerem que a expansão evangélica é apenas uma das razões para o fenômeno.

O crescimento do protestantismo desacelerou: de 1991 a 2000, subiu de 9% para 15%; de 2000 a 2010, foi de 15% para 22%; e agora chega a 27%. Pesquisas anteriores indicavam percentuais similares, mas a expectativa era de que chegasse a 30%.

O aumento no número de templos é evidente: a proporção de templos em relação a estabelecimentos comerciais é de 1 para 20. Uma projeção anterior sugeria que os evangélicos poderiam atingir 36% em 2026, impactando a reeleição de Lula, mas os dados do censo contradizem essa previsão.

Dois economistas, Raphael Corbi e Fabio Miessi Sanches, já destacavam sinais de saturação no crescimento evangélico. O aumento de templos inicialmente atraiu católicos não-praticantes, mas o perfil demográfico da população se transforma.

Jovens são mais propensos a mudar de religião, ao contrário dos idosos, numa população em envelhecimento. A expansão entre estados como Acre e Amazonas contrasta com a estagnação no Rio de Janeiro, que possui uma população mais velha.

O trânsito de fiéis entre denominações e a fluidez promovida pelo púlpito digital também contribuem para a desaceleração do crescimento da religiosidade evangélica.

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