Cenário externo sozinho não ratifica eventual corte de juros, diz Campos Neto
Roberto Campos Neto destaca a necessidade de uma revisão fiscal e de gastos sociais para evitar um crescimento insustentável da dívida brasileira. Ele alerta que, sem reformas, o Brasil pode enfrentar dificuldades em equilibrar sua economia em um cenário global de juros elevados.
Brasil enfrenta desafios fiscais devido à alta dívida e juros elevados, conforme Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central.
Ele alerta que, sem um choque fiscal e revisão de gastos sociais, o país poderá ter dificuldades para reduzir a Selic apenas com base no cenário externo.
- Revisão dos gastos sociais e tamanho da máquina pública é necessária.
- Digitalização de serviços para eficiência e redução de custos.
- Venda de ativos e privatização devem ser discutidas.
- Necessidade de discutir fiscal com Estados e municípios.
Campos Neto enfatiza que o modelo atual de programas de transferência de renda sem estratégias de saída está se esgotando. Ele também prevê que a taxa de juros global não deve voltar aos níveis pré-pandemia.
No que diz respeito à política comercial dos EUA sob Donald Trump, ele critica a abordagem de tarifas, afirmando que não protege a indústria, sendo a reciprocidade a abordagem mais eficaz.
Sobre a China, que enfrenta taxações, ela pode buscar novos mercados como Brasil, Malásia e Indonésia. Isso pode resultar em pressão inflacionária positiva no Brasil e representar oportunidades para o país.