Caso Master expõe guerra de bastidores no sistema bancário e põe em xeque agenda de inovação do BC
Guerra entre bancos é deflagrada após caso do banco Master, que expôs fragilidades no sistema financeiro. A disputa envolve grandes instituições, bancos médios, fintechs e o Banco Central busca revisar normas em meio à pressão por inovações.
O caso do banco Master provocou uma intensa disputa no sistema bancário brasileiro, envolvendo grandes bancos, instituições médias e pequenas, fintechs e plataformas digitais.
A situação levanta questões sobre a agenda do Banco Central para aumentar a concorrência e a inovação no setor, que incluem a criação de bancos digitais e o Pix.
Os grandes bancos, como Itaú Unibanco, Santander e Bradesco, pedem uma reforma no Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que protege depósitos de até R$ 250 mil, para incluir a contribuição de fintechs.
Desde o escândalo do Master, essas instituições buscam responsabilização de partes que aumentam o risco ao fundo, o que é visto por outros bancos como uma barreira à competição.
A Febraban iniciou discussões de reforma com a ABBC, que representa bancos menores. O Banco Central já sinalizou que irá revisar normas do FGC.
Gabriel Galípolo, presidente do BC, garantiu que não permitirá retrocessos na agenda de inovação, que inclui a criação de instituições de pagamento. O Nubank, por exemplo, já superou o Itaú em número de clientes.
A situação do Master levantou preocupações sobre a capacidade de captação dos bancos e o uso da garantia do FGC como marketing, o que levou a críticas sobre a atuação do BC.
Entidades do setor, como a Abranet, pedem um debate amplo sobre mudanças nas regras para não prejudicar investidores e não favorecer a concentração do mercado.
O Nubank e outros players também enfatizam a necessidade de discussão cuidadosa sobre reformas que impactem a competição e a inovação no setor.
Enquanto isso, a Febraban não se manifestou sobre as propostas em análise, e importantes instituições como Caixa e Banco do Brasil estão afastadas das discussões atuais.