Casas Bahia com novo dono? Plano de dívida prevê 78% do capital com credores
Casas Bahia propõe reestruturação de dívidas que poderá transformar credores em acionistas majoritários. Se aprovado, plano reduzirá alavancagem e permitirá maior flexibilidade financeira para investimentos.
Casas Bahia (BHIA3) anunciou um novo plano para otimizar sua estrutura de capital e reestruturar suas dívidas, transformando dois bancos credores em acionistas com até 77,58% de seu capital, resultando em diluição dos atuais investidores.
Se aprovado, o plano deve reduzir a alavancagem da companhia pela metade, passando de 1,6x para 0,8x, e a dívida bruta diminuirá 27%, de R$ 5,840 bilhões para R$ 4,273 bilhões.
A proposta principal é a conversão antecipada de debêntures da série 2 por Bradesco e Banco do Brasil em ações, podendo alterar o controle da empresa. No entanto, os bancos não demonstram interesse em controlar a varejista, que será repassada a um investidor não identificado.
A conversão poderia ocorrer entre 18 e 36 meses e já era parte do plano de recuperação extrajudicial divulgado em abril de 2024. A Casas Bahia já informou que 99,99% dos detentores de debêntures da 2ª Série apoiam essa antecipação para conversão a partir de junho de 2025.
O objetivo do plano é garantir maior fluxo de caixa livre e flexibilidade financeira para crescimento e eficiência operacional. Atualmente, 78,06% do capital da empresa está pulverizado, com o fundo Goldentree detendo 7,85% e o fundo Twinsf 6,95%.
Apesar da valorização de 39% das ações em 2025, a queda em um período de dois anos ainda era de 93%. O plano surge em um cenário desafiador para o varejo de móveis e eletrodomésticos devido à alta dos juros e cautela no crédito.
Acompanhando o anúncio, as ações subiam cerca de 10% na bolsa brasileira nesta sexta-feira, por volta das 11h30.