Casa Branca queria 90 acordos comerciais em 90 dias. Até agora, conseguiu apenas um
A ambição do governo Trump de assinar acordos comerciais com 90 países em 90 dias é questionada por especialistas e contradiz a complexidade habitual das negociações. A única conquista até agora é um acordo preliminar com a Grã-Bretanha, levantando dúvidas sobre a viabilidade das metas propostas.
Trump anuncia tarifas e desafios nas negociações comerciais
O presidente Donald Trump implementou diversas tarifas desde sua posse, buscando melhores termos comerciais. Em abril, o governo estabeleceu uma meta de assinar acordos com 90 países em 90 dias, uma tarefa considerada impossível por analistas, já que o tempo médio para acordos comerciais é de cerca de 917 dias.
Apenas um acordo foi firmado em dois meses: um pacto com a Grã-Bretanha. As negociações com a China mostraram-se difíceis, com Trump afirmando que o presidente Xi é “extremamente difícil” de negociar. Os EUA e a China concordaram em reduzir temporariamente tarifas um sobre o outro.
O acordo com a Grã-Bretanha não é vinculativo, mas sim uma estrutura para futuras discussões. Durante seu primeiro mandato, Trump assinou dois acordos significativos: o USMCA, que reformulou o NAFTA, e um acordo com a China, conhecido como “Fase Um”. Este último não exigiu aprovação do Congresso e foi criticado por não cumprir compromissos de compra.
A análise mostra que o caminho para acordos é longo e repleto de incertezas, com a justiça americana questionando a autoridade de Trump para impor tarifas. Enquanto isso, o governo tenta ajustar suas ambições, prevendo agora acordos com apenas 50 a 70 países.
Recentemente, autoridades da Casa Branca pediram concessões comerciais, buscando fechar acordos em breve. A estratégia atual pode permitir pequenas “vitórias” temporárias, mas a longo prazo, a eficácia dos acordos permanece incerta.