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Carta ao governo Lula pede que Brasil reconheça genocídio armênio

Comunidade armênia pede reconhecimento do genocídio de 1915 ao Brasil, destacando a importância de honrar a memória das vítimas e reafirmar os direitos humanos. A pressão se intensifica em meio a interesses políticos e diplomáticos que dificultam a posição do país sobre o tema.

Carta da comunidade armênia ao presidente Lula pede reconhecimento do genocídio de 1915. O documento foi entregue no dia 23, um dia antes do aniversário de 110 anos do extermínio que matou mais de 1,5 milhão de armênios.

O texto ressalta que essa medida homenagearia as vítimas, fortaleceria laços com a diáspora armênia e reafirmaria o papel do Brasil na defesa dos direitos humanos.

Atualmente, pouco mais de 30 países reconhecem o genocídio, incluindo França e EUA. A Embaixada da Turquia no Brasil contesta essa classificação, argumentando que as mortes estão ligadas ao contexto da Primeira Guerra Mundial.

A cientista social Mariana Boujikian defende que o Brasil deve reconhecer o genocídio, considerando a sua tradição de promover a justiça. A Folha tentou contato com o Palácio do Planalto e o Ministério das Relações Exteriores, mas não obteve resposta.

Em 2015, o Senado brasileiro aprovou uma moção unânime reconhecendo o genocídio, mas até agora, o Executivo não fez declarações a respeito. O historiador Heitor Loureiro aponta que os interesses comerciais do Brasil com a Turquia dificultam o reconhecimento.

Segundo Loureiro, o reconhecimento poderia impactar o atual conflito entre Armênia e Azerbaijão em Nagorno-Karabakh. Em março, os dois países anunciaram a conclusão de um tratado, mas ainda não há data para assinatura, devido a condições impostas pelo Azerbaijão.

Recentemente, o ministro armênio Ararat Mirzoyan chamou as condições de artificiais, enquanto o embaixador do Azerbaijão, Elchin Amirbayov, criticou a postura armênia.

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