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Carry-trade reacende debate sobre regime de câmbio de Hong Kong

A queda acentuada das taxas de juros em Hong Kong coloca em cheque a eficácia do regime de câmbio da cidade. Especialistas reavaliam os impactos dessa situação na economia local e na recuperação financeira em meio a um cenário de crescente integração com a China.

Desconexão histórica entre as taxas de juros de Hong Kong e dos Estados Unidos está impulsionando o carry-trade mais rentável do mundo.

A moeda de Hong Kong caiu para o limite inferior de sua banda oficial em relação ao dólar americano. Isso se deve à queda das taxas de juros locais, que atingiram a mínima de três anos, ampliando o desconto em relação às taxas dos EUA.

A demanda pelo dólar de Hong Kong para investir em moedas americanas mais rentáveis aumentou, tornando-o o carry-trade mais lucrativo no último mês.

Apesar da paridade cambial ter se mantido por 42 anos, sua relevância está sendo reavaliada. A economia de Hong Kong está se integrando cada vez mais à China e o comércio global enfrenta pressões.

A taxa interbancária de um mês (Hibor) caiu para o nível mais baixo desde 2022, e o recuo foi o mais rápido desde a crise financeira global.

Um fator importante para essa queda foi a injeção recorde de liquidez pela Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA), resultante da venda do dólar dos EUA.

As baixas taxas de juros refletem a falta de demanda por empréstimos, com a relação empréstimo/depósito atingindo uma mínima de 16 anos em março.

Com o dólar de Hong Kong próximo ao limite inferior de sua banda, aumentam as preocupações sobre uma intervenção da HKMA que poderia prejudicar a recuperação do mercado imobiliário e das listagens de ações. Isso reacende debates sobre a paridade cambial rígida.

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