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Carros cada vez mais velhos e ainda com poucos elétricos: como está a frota brasileira de veículos

Frota de veículos no Brasil cresce 2% em 2024, com destaque para aumento dos modelos elétricos. Enquanto importações sobem, a idade média da frota continua avançando, refletindo desafios na renovação e reciclagem dos automóveis.

A frota brasileira de veículos cresceu 2% em 2024, atingindo 48 milhões de unidades, o melhor desempenho desde o pré-pandemia. Descontados veículos que deixaram de rodar, 5,1 milhões foram adicionados em uma década.

Entre automóveis (82% da frota), a participação de modelos híbridos e elétricos subiu de 0,1% em 2019 para 1% em 2024. O total de eletrificados aumentou de 2,9 mil para 388,2 mil em dez anos, com crescimento médio anual de 71,3%.

As importações, especialmente da China, aumentaram devido à demanda por elétricos. Atualmente, 7 milhões de veículos no Brasil são importados, constituindo 14,7% da frota.

A idade média da frota é de 10 anos e 11 meses, a maior desde 1992. A participação de seminovos caiu de 37,6% em 2015 para 20,6% em 2023, enquanto modelos com 11 a 15 anos saltaram de 15,2% para 31%.

O aumento da frota não significa renovação significativa nem melhorias na descarbonização. As condições econômicas e a falta de um programa de reciclagem de veículos velhos contribuem para o envelhecimento da frota.

A participação dos veículos acima de 10 anos deve continuar crescendo, pois os preços elevados e novas tecnologias afetam a compra de automóveis. A classe média migrou para SUVs, que representam 48% das vendas de novos.

A frota de motocicletas cresceu 5,7% em 2024, totalizando 14 milhões de unidades, com uma idade média de 8 anos.

Carolina Godoy da PWC destaca a necessidade de legislações para reciclagem em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul e alerta para o envelhecimento contínuo da frota sem esse avanço.

O Brasil mantém uma relação de 4,4 pessoas por carro, comparável à China (4,3) e atrás de países como Argentina (2,6) e França (1,4). Rugitsky, do Sindipeças, chama atenção para a necessidade de melhorias na infraestrutura e mobilidade urbana.

Com potencial aumento das importações devido a políticas comerciais, o Sindipeças e a Anfavea pleiteiam redução imediata do Imposto de Importação para garantir competitividade local.

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