Carrefour fecha capital no Brasil e engrossa debandada da Bolsa

Carrefour Brasil encerra seu capital no país, deixando de ser uma companhia aberta e tornando-se exclusivamente controlada pela matriz francesa.

A retirada das ações da B3 se alinha com a desvalorização do mercado de ações, juros altos e incertezas econômicas, levando empresas a reconsiderarem os custos de estar listadas.

Desde 2021, a B3 enfrenta uma seca de IPOs e uma redução no número de companhias listadas, de 456 em 2015 para 421 em abril de 2023.

A decisão do Carrefour foi aprovada em abril e visa reorganizar a estrutura da rede varejista. O presidente, Stephane Maquaire, ressaltou que a mudança deve agilizar operações.

As ações do Carrefour estrearam na Bolsa em 2017 a R$ 15, e atualmente estão cotadas a R$ 8,45, resultando numa queda de 62%.

O fechamento de capital ocorreu por meio da incorporação de ações pela matriz, diferentemente da abordagem comum que seria via OPA.

Segundo a CVM, o número de OPAs vem crescendo, com 58 operações do tipo nos últimos dez anos, enfatizando a tendência de empresas se afastando do mercado.

Especialistas apontam que os juros altos e a percepção de risco no Brasil são fatores que pressionam o valor das empresas na Bolsa.

Além das falências e fusões, o cenário é agravado pela recompra de ações, onde empresas, como Vale e Renner, veem suas avaliações abaixo do potencial real.

Os analistas concordam que o esvaziamento do mercado de ações pode impactar negativamente a economia, reduzindo opções para investidores e dificultando o financiamento para empresas em crescimento.

A expectativa é que a adesão ao fechamento de capital aumente, especialmente com mudanças regulatórias que simplificam o processo, com potencial impacto para todo o cenário econômico brasileiro.