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Carrefour dá adeus à Bolsa brasileira após oito anos com valor de mercado 44% menor

Com saída da B3, Carrefour Brasil se reintegra à matriz francesa após fracas atuações e prejuízos, essencialmente na integração do Grupo BIG. A estratégia visa simplificar operações e acelerar decisões em um mercado cada vez mais competitivo.

Carrefour Brasil deixa a Bolsa nesta sexta-feira, 30, após oito anos marcados por desafios e uma perda de mais de 40% em valor de mercado. A matriz francesa, que já possuía 70% das ações, adquiriu a fatia restante para simplificar operações.

O Carrefour estreou na bolsa em 2017 com um IPO de R$ 5,125 bilhões, o maior desde 2013. A empresa prometia digitalização e expensão com o Atacadão, seu braço de atacarejo.

A ação iniciou a R$ 15 e atingiu um pico de R$ 23,17 em 2022. Entretanto, a ação caiu para R$ 8,45 na véspera da saída, com um valor de mercado de R$ 17,8 bilhões.

Os problemas começaram após a aquisição do Grupo BIG em 2021 por R$ 7,5 bilhões. A integração se mostrou lenta e custosa, levando a um prejuízo de R$ 375 milhões no primeiro trimestre de 2023, o primeiro desde o IPO.

Fatores internos e concorrência aumentaram a pressão nas margens de lucro, enquanto empresas como Assaí e GPA se reposicionaram no mercado. As dificuldades integrativas e operacionais causaram falhas, conforme análise do JPMorgan.

Em 2024, uma crise surgiu quando o presidente do grupo declarou que não compraria mais carnes do Mercosul, resultando em um boicote de frigoríficos brasileiros. O embaixador francês teve que intervir e, após alguns embates, o grupo recuou, reconhecendo que a carne brasileira atende às normas sanitárias francesas.

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