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Carla Zambelli diz que deixou o Brasil, dias após ter sido condenada à prisão pelo STF

Carla Zambelli deixa o Brasil e busca tratamento médico na Europa, onde planeja atuar em prol da direita. A deputada também se afastará temporariamente de seu mandato na Câmara devido a questões pessoais e políticas.

BRASÍLIA – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira, 3, que deixou o Brasil para tratamento médico e pedirá licença não remunerada da Câmara dos Deputados.

Ela está fora do País há alguns dias e irá morar na Europa, onde tem cidadania, com o objetivo de fortalecer a direita na região e “resistir” ao que considera uma ditadura.

Zambelli elogiou a articulação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA, buscando influenciar o governo Trump a impor sanções a autoridades brasileiras. Ela pretende estabelecer conexões com lideranças estrangeiras para denunciar a perseguição política no Brasil.

A deputada mencionou planos de desenvolver idiomas e dialogar sobre o conservadorismo em vários países europeus, especialmente na Itália e na França. Seu foco envolve apoiar movimentos conservadores, como o Chega em Portugal.

Zambelli também disse ter sido usada como "bode espiatório" pela derrota de Jair Bolsonaro em 2022 e delegou a administração de suas redes sociais à mãe. Além disso, emancipou seu filho de 17 anos para que ele possa se candidatar nas próximas eleições.

A deputada não divulgou a data oficial de sua licença e está preparando a documentação necessária. O STF e a Câmara dos Deputados não se manifestaram até o momento, e na defesa de Zambelli, seu advogado Daniel Bialski anunciou sua saída.

Zambelli foi condenada em maio a dez anos de prisão pelo STF por coordenar a invasão ao sistema do CNJ, que culminou na emissão de um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes. A ação foi atribuída ao hacker Walter Delgatti.

A Polícia Federal identificou documentos que ligam Zambelli ao ataque, levantando questões sobre a credibilidade do Judiciário. Ela pode recorrer da condenação, mas a eventual prisão precisa ser autorizada pela Câmara.

A perda de mandato por parte de Zambelli depende de decisão dos deputados, embora o STF possa intervir em casos de penas superiores a 120 dias.

Além disso, Zambelli enfrenta outro processo no STF relacionado a um episódio de perseguição armada antes das eleições de 2022, que pode resultar em sua condenação. O julgamento, no entanto, está suspenso por um pedido de vista.

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