Captações de CDBs do Banco Master financiaram empresas com problemas financeiros
Investimentos arriscados do Banco Master e de Daniel Vorcaro geram preocupações no mercado. A estratégia em empresas em dificuldades financeiras levanta questionamentos sobre a saúde da instituição e sua capacidade de liquidez.
Investimentos do banqueiro Daniel Vorcaro pelo Banco Master incluem diversas empresas, com situações financeiras complicadas e baixa liquidez.
A Veste, ex-Restoque, foi salva por uma conversão de dívida em ações, resultando em 56% de participação do Master e um aporte de R$ 100 milhões. As ações caíram de R$ 12,00 para R$ 6,70.
Outra aposta notável é na Oncoclínicas, com investimento de R$ 1,5 bilhão. A empresa enfrenta dificuldades financeiras, e a participação do Master é de 19,9%. As ações caem de R$ 13,00 para R$ 5,00.
Os recursos de investimento provêm de CDBs, com mais de R$ 50 bilhões captados. Em 2024, o Master terá vencimentos de CDBs totalizando R$ 12 bilhões.
Vorcaro defende sua abordagem, afirmando que não se trata de operações tradicionais. Outras investidas incluem Metalfrio e BeFly.
Vorcaro diversificou com a aquisição da Itaminas no setor de mineração, estimada em R$ 2 bilhões. Além disso, o Master investiu na SteelCorp e adquiriu participação na Biomm, que pede autorização para um similar da Ozempic, mas registrou prejuízos significativos.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigou o Master por suas aquisições na Ambipar, que excederam limites estabelecidos, resultando em uma OPA.
O Banco Master reportou lucro de R$ 1 bilhão em 2024, e o Banco de Brasília (BRB) adquiriu 60% do Master para ajudar com seus problemas de liquidez.
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) tem R$ 114 bilhões para garantir depósitos, e os CDBs do Master representam cerca da metade da liquidez do FGC.