HOME FEEDBACK

Candidatos à presidência devem debater corte de gastos como Milei fez, diz Zeina Latif

Zeina Latif destaca a importância de um debate eleitoral focado em cortes de gastos para garantir reformas fiscais no Brasil. Ela alerta que, sem mudanças significativas na abordagem política, as condições para aprovação de medidas estruturais serão desafiadoras.

Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting e ex-economista-chefe da XP, sugere que os candidatos à presidência em 2024 deveriam se inspirar em Javier Milei, presidente da Argentina, para discutir cortes de gastos no debate eleitoral.

No evento da Moody’s, Latif afirmou que, sem essa abordagem, a aprovação de reformas fiscais no Brasil se tornará difícil. Milei, eleito em 2023, promoveu cortes significativos, reduzindo a inflação de 210% para 47,3%, mas enfrentou críticas por causar desemprego e fome.

A economista defende um debate focado em cortes para um equilíbrio fiscal a longo prazo. O atual governo, segundo Latif, lida com um Orçamento rígido e pouco capital político para aprovar medidas impactantes no Congresso Nacional.

Ela aponta que o próximo presidente terá que negociar reformas estruturais em troca de flexibilização do Orçamento e destaca os conflitos recentes sobre o aumento do IOF, que resultaram em recuos na proposta.

Recentemente, o ministro Fernando Haddad se reuniu com líderes do Congresso para discutir um pacote que visa aumentar a arrecadação. Entre as medidas estão:

  • Taxação de apostas esportivas
  • Alterações na tributação de instituições financeiras
  • Imposto de Renda de 5% sobre títulos que atualmente são isentos

Haddad também pretende apresentar um projeto de lei para cortar 10% em isenções fiscais. Propostas para reduzir despesas de forma estrutural ainda estão sendo discutidas, incluindo medidas sobre supersalários e previdência militar.

Latif menciona que o governo tentará aprovar um pacote orçamentário, mesmo diante de um possível apagão orçamentário. O secretário de Orçamento Federal, Clayton Montes, admitiu o risco de um apagão em abril.

A partir de 2027, os precatórios afetarão significativamente o Orçamento, comprometendo políticas públicas no país. Latif vê uma notícia ruim - a falta de recursos - mas também duas boas notícias: a responsabilidade fiscal agora é bancada pelo governo atual e a agenda fiscal está ganhando destaque no Congresso.

Leia mais em folha