Candidato presidencial do Equador é dono de empresas em paraíso fiscal
Daniel Noboa, candidato à presidência do Equador, é apontado como beneficiário de empresas offshore em paraísos fiscais, desafiando a legislação local. A situação levanta questões sobre a transparência financeira do candidato e sua campanha política em meio à corrida eleitoral.
Daniel Noboa, candidato presidencial do Equador, lidera as pesquisas para o segundo turno eleitoral neste domingo (15). No entanto, ele controla empresas offshore no Panamá e é beneficiário de fundações em nome de seu pai, o magnata bananeiro Álvaro Noboa.
A legislação equatoriana proíbe candidatos a cargos públicos de possuírem bens em paraísos fiscais. Documentos dos Pandora Papers revelam que Noboa e seu irmão são os principais beneficiários da Lanfranco Holdings S.A., uma das maiores entidades da família Noboa, que transferiu US$ 257 mil a empresas do grupo.
A fundação Briscor, controlada por Álvaro Noboa, também indica Daniel como beneficiário em caso de falecimento do patriarca. Ademais, ele é mencionado como responsável pela conta de Festil Investments S.A. no Banco Banisi, ligado ao atual presidente Guillermo Lasso.
Noboa já havia sido identificado como beneficiário de outras fundações em investigações anteriores, embora tenha afirmado não ter conhecimento dessas associações. Em meio à corrida presidencial, ele saltou de 4% para 23% nas intenções de voto após o assassinato do candidato Fernando Villavicencio e uma performance destacada em um debate.
Além disso, Noboa é parte do Grupo Noboa, um conglomerado de exportação de bananas. Ele se formou em Harvard e foi congressista eleito em 2021. Na última declaração patrimonial, reportou um patrimônio modesto comparado ao que se esperaria de um filho de um bilionário.
A eleição coloca Noboa, um liberal com propostas rigorosas contra a criminalidade, contra a candidata de esquerda Luisa González, que representa uma revogação do movimento Revolução Cidadã.