Candidato nacionalista conservador vence no segundo turno presidencial da Polônia
A vitória do historiador Karol Nawrocki marca uma mudança significativa na política polonesa, afastando-se de posturas pró-europeias. Ele promete priorizar os interesses dos poloneses, aumentando as tensões em questões sociais e de imigração.
Karol Nawrocki vence eleição presidencial na Polônia, segundo resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira.
A vitória representa um revés para o governo pró-europeu do primeiro-ministro Donald Tusk.
Nawrocki, de 42 anos e admirador de Donald Trump, obteve 50,89% dos votos. Seu rival, Rafal Trzaskowski, prefeito de Varsóvia, ficou com 49,11%. A participação eleitoral foi de 71,63%.
Indicado pelo partido de direita Lei e Justiça (PiS), Nawrocki é próximo do presidente em fim de mandato Andrzej Duda. A campanha foi marcada pelo lema “Polônia primeiro, poloneses primeiro”.
Compromissos de campanha:
- Manter apoio à Ucrânia contra a invasão russa.
- Criticar a ajuda a refugiados ucranianos.
- Priorizar benefícios sociais para os poloneses.
Durante a campanha, Nawrocki também se opôs à inclusão da Ucrânia na OTAN, gerando críticas de Kiev.
Consequências da vitória:
- Possível bloqueio da agenda progressista de Tusk em direitos LGBTQ e aborto.
- Tensões com a União Europeia sobre o Estado de Direito.
Eleitores de Nawrocki pedem restrições à imigração e maior soberania frente à UE. A aposentada Lila Chojecka destacou a importância dos valores católicos.
O choque de visões se evidencia entre os apoiadores de Trzaskowski, que defendem direitos civis mais amplos, como a união civil e o aborto.
A especialista Anna Materska-Sosnowska descreveu a eleição como “um verdadeiro choque de civilizações”.