Canadá anuncia intenção de reconhecer o Estado palestino em setembro
O Canadá segue os passos de França e Reino Unido ao considerar o reconhecimento do Estado palestino na ONU. A decisão do primeiro-ministro Mark Carney depende de reformas nas instituições palestinas e da realização de eleições.
Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou a intenção de reconhecer o Estado palestino em setembro, caso condições sejam atendidas, relacionadas à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Essa decisão torna o Canadá o terceiro país do G-7 a confirmar planos de reconhecimento, aumentando a pressão por uma resolução da guerra na Faixa de Gaza.
Durante conversa com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, Carney afirmou que seu país acredita "nos direitos inalienáveis dos dois povos" e que o reconhecimento ocorrerá durante a Assembleia-Geral da ONU em Nova York.
O reconhecimento está condicionado a reformas que as autoridades palestinas devem implementar, como a realização de eleições em 2024, sem a participação do Hamas. A última eleição legislativa ocorreu em 2006.
Carney solicitou reformas democráticas nas instituições palestinas, mas não detalhou a administração futura da Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária. Abbas comprometeu-se a não militarizar o futuro Estado palestino.
Carney reafirmou o apoio à existência de Israel e ressaltou que um futuro pacífico para Israel requer um Estado palestino viável.
Nas semanas anteriores, a França e o Reino Unido também sinalizaram planos de reconhecimento do Estado Palestino. A França descreveu a morte de um jornalista por um colono israelense como "ato de terrorismo." O Reino Unido condicionou o reconhecimento a um cessar-fogo por parte de Israel.
A Chancelaria israelense criticou a mudança na posição canadense, argumentando que recompensa o Hamas e prejudica os esforços para um cessar-fogo em Gaza.
Os EUA, aliados de Israel, não se pronunciaram, mas historicamente defendem a solução de Dois Estados através de negociações, e não decisões unilaterais.